Roger Prospero Blog

Um pouco de tudo, que sei tudo, nada ou quase nada

Sobre Gabeiras, Welington Salgados e Galisteus

É, estamos vivendo tempos bicudos. Quando até Pedro Simon e Fernando Gabeira admitem ter usado dinheiro público para viajar a passeio (e para fora do país), alguma coisa está muito errada. Vamos tentar chegar a algum lugar: o Corregedor do Conselho de Ética da Câmara é ACM Neto. Irmão do Deputado Federal que abrigou durante anos, às custas do contribuinte, uma mulher com quem teve um filho. O prazer foi dele e nós que bancamos a farra. Será ele que julgará todos os casos que pipocam na imprensa. Estamos mal! Garibaldi Alves, aquele ex-presidente do Senado que constrangeu Lula com um discurso sobre moralidade (porque Lula ficou constrangido?)  no último dia de seu mandato, deu de fazer piadinha sobre o fato do Deputado Faria ter pago passagens a Adriane Galisteu, dizendo que “ele também pagaria se sua namorada fosse bonita igual…”. Estamos mal. Aliás, Dona Galisteu é um daqueles personagens que vivem á sombra de pessoas mais famosas do que ela, seja pelo motivo que for. Essa senhora se aboletou em seu programa (alguém sabe o nome do programa e a TV que ela está atualmente?) e não veio a público prestar esclarecimentos. Dizem por aí que ficou “indignada”. Estamos mal. Michel Temer é o Presidente da Câmara. Ele, o pedinte oficial do PMDB junto ao governo para cargos públicos. Estamos mal. Fernando Gabeira e Pedro Simon admitiram o uso de dinheiro público para viajar a passeio. Aí, meu amigo, estamos mal mesmo. A ponto de um deputado do baixo clero vir a público dizer que “agora ele é igual ao Gabeira, ao Simon”. Aí a porca torce o rabo. Precisamos tomar muito cuidado com o clima que está se instalando no país. Misturar Gabeiras e Simons com Joões, Tattos e Farias é um risco tremendo. Estamos, ainda, engatinhando na democracia. Para se ter idéia, tenho 38 anos e votei apenas 4 vezes para Presidente da República. E, pelo livros de história, são fatos exatamente como os que estão ocorrendo agora que levam a ditadura. Precisamos tomar um cuidado enorme com nossas manifestações públicas de descontentamento. Manifestações como a do Senador Cristovam Buarque sobre um plebiscito discutindo a necessidade do Congresso Nacional me causam arrepios. Pior ainda é onde estamos, na chamada “base”. Quando se abre uma discussão destas em qualquer grupo de amigos, não faltam pessoas defendendo o fechamento do Congresso e a volta da ditadura. Estes mesmos, se questionados em quem votaram para deputado e senador (vereador, então…) na última eleição, simplesmente…não se lembram. Começo a achar que é da natureza do ser humano querer ter um tutor, alguém que decida o que e como ele deve fazer. Por esta linha de raciocínio, é mais fácil ter um boi na frente da boiada. Como alguém pode exigir moralidade de homens públicos se sequer se lembram em quem votaram? Fiscalizar, então… É por isso que os homens públicos fazem o que fazem. Porque nós, o povo, deixamos eles fazer! E, quando fazem, fingimos indignação. E queremos cortar o mal não pela raiz, mas pela planta. Corrupção e farra com o dinheiro público sempre vai existir. O que precisamos fazer é começar a mudar nossa mentalidade. O povo brasileiro tem uma tendência de achar graça em tudo. O bêbado é sempre o mais legal da festa. Está em nossas veias, corre no nosso sangue a mania de dar um jeito para tudo (piegas, né?). Só vamos moralizar a governança pública quando cumprirmos nossos papéis de cidadãos. O povo brasileiro desconhece o verdadeiro papel da cidadania. Acha que é só pendurar uma bandeirinha no carro em época de copa do mundo. A democracia só se consolida passando-se por tudo que se tem que passar por ela, inclusive a corrupção. Mas uma democracia só é real quando emana do povo, de baixo para cima. Querer, a cada foco de corrupção, defender o fechamento de qualquer parlamento é atentar contra a natureza do próprio ser humano, é atentar contra a história e a evloução da humanidade, é, antes de mais nada, atentar contra sí próprio. Faça uma reflexão maior antes de votar. Sua cidadania começa por aí, a fiscalização começa neste momento. Participe de comunidades (hoje está tudo a mão on line). Mas, principalmente, desenvolva seu senso crítico. Ele será o balisador para tudo em sua vida. Inclusive para decidir que tipo de democracia você quer para você, sua família, seu país. Estamos mal. Poderia ser pior. Pode e deve melhorar.

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27/04/2009 Posted by | Uncategorized | , , , , , , , , , , , | Deixe um comentário